A Apple lançou hoje uma nova ferramenta para iPhones que ajuda a reduzir o que um ladrão pode acessar com o seu telefone e senha. A funcionalidade, chamada de Proteção de Dispositivo Roubado, acrescenta camadas extras de proteção ao seu iPhone quando alguém tenta acessar ou alterar configurações sensíveis no seu dispositivo. Se alguém tentar acessar senhas armazenadas no chaveiro da Apple, por exemplo, não conseguirá a menos que também utilize a impressão digital ou o reconhecimento facial do telefone para provar que são o legítimo proprietário.
Historias de telefones roubados não são difíceis de encontrar. Em Londres, um telefone é roubado a cada seis minutos. Subreddits estão cheios de relatos de telefones roubados por ladrões. Em alguns casos extremos, os criminosos também podem pegar as senhas à força, ou bisbilhotando por cima do ombro de alguém, para então roubar um telefone e desbloqueá-lo. Contas de mídias sociais, senhas e dados financeiros podem todos estar em risco.
A Proteção de Dispositivo Roubado está incluída no iOS 17.3, a última versão do sistema operacional móvel da Apple, que foi lançada hoje. A funcionalidade deve ser uma das primeiras opções a serem ativadas. Ela protege melhor seus dados—sem que você precise fazer nada—e tem potencial para perturbar os ladrões. A iniciativa da Apple, de acordo com especialistas em cibersegurança, é positiva e acrescenta mais proteções às senhas que já acompanham os dispositivos.
A proteção contra iPhone roubado “provavelmente funcionará como outra barreira e colocará mais pressão sobre os ladrões ao escolherem suas vítimas,” diz Jake Moore, um consultor global de cibersegurança na empresa de segurança Eset e um ex-investigador de crimes cibernéticos da polícia. “Vender telefones sempre será um grande negócio entre grupos de crime organizado, mas os criminosos terão que trabalhar mais duro em suas técnicas agora.”
Ao ativar a Proteção de Dispositivo Roubado, a Apple coloca restrições extras em algumas configurações quando o seu iPhone não está em um local familiar, como sua casa ou trabalho. Se alguém desbloquear o seu telefone e tentar alterar essas configurações, eles terão que usar o Face ID ou o Touch ID. Então, se um ladrão tiver o seu telefone e senha, não será capaz de mudar as configurações a menos que tenha também as suas informações biométricas, o que não é fácil de clonar e enganar os sistemas que os alimentam.
Essas verificações extras aparecerão quando alguém tentar acessar senhas ou chaves que você salvou no chaveiro da iCloud, utilizar métodos de pagamento salvos no Safari, desativar o Modo Perdido, apagar o seu telefone, usar o seu telefone na configuração de um novo dispositivo Apple, solicitar um novo Apple Card, visualizar o número virtual do seu Apple Card, ou transferir dinheiro com o Apple Cash.
Também há uma segunda camada de verificações para informações ainda mais sensíveis. Se o seu telefone não estiver em um local familiar, a Apple também colocará em prática um “atraso de segurança” de uma hora após o uso de suas biometrias. Quando esse atraso de uma hora terminar, suas biometrias serão necessárias novamente para alterar as configurações. (Seu iPhone ainda estará acessível durante essa hora.)
Esse atraso de uma hora se aplica a tentativas de alterar a senha do seu Apple ID, sair do Apple ID, ou atualizar as configurações de segurança da conta do Apple ID, como remover um dispositivo confiável. O atraso também está em vigor se alguém tentar remover contas de Face ID ou Touch ID, alterar o código do seu iPhone, redefinir suas configurações, desativar a ferramenta Encontrar meu iPhone, ou desligar a Proteção de Dispositivo Roubado em si. Se um ladrão tiver o seu telefone, há uma chance de que eles queiram mudar essas configurações rapidamente para assumir o controle do seu telefone ou de contas online, e o atraso pode reduzir a capacidade deles de fazê-lo. Moore diz que o atraso de uma hora adiciona uma “camada de segurança altamente apreciada.”
