Libertação De Presos Pesquisa Mostra Causas De Morte Após Prisão Em 8 Países (Inclui Brasil)

Um estudo recente da revista científica “The Lancet”, divulgado no dia 10 de abril, identificou as principais causas de morte após períodos de prisão em oito países, incluindo o Brasil. Os resultados indicam que pessoas que estiveram encarceradas apresentam uma saúde mais frágil e estão mais suscetíveis a mortes evitáveis em comparação com a população em geral.

O estudo, financiado pelo Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da Austrália, analisou dados de mais de 1,4 milhão de casos de libertação de prisões nos países participantes de 1980 a 2018. Foram considerados fatores como incidência, momento, causas e riscos de mortalidade após a saída da prisão, além de características como idade, sexo e região.

Durante a primeira semana após a libertação, houve uma alta taxa de mortalidade, com destaque para intoxicação por álcool e drogas, bem como doenças cardiovasculares. No entanto, o Brasil se destaca com mortes por violência interpessoal como causa predominante nesse período.

Com o tempo, as causas de morte foram variando e passaram a incluir suicídio, lesões acidentais e doenças não transmissíveis. Doenças infecciosas, como o HIV, representaram apenas 3,5% de todas as mortes, com taxas semelhantes entre homens e mulheres e maior incidência em faixas etárias mais avançadas.

Diante do cenário de mais de 10 milhões de pessoas presas em todo o mundo, o estudo destaca a importância de investimentos em cuidados de saúde e monitoramento constante da mortalidade pós-liberação.