O Instituto Butantan está realizando estudos usando o zebrafish (Danio rerio) como modelo para monitorar mudanças químicas e biológicas em corpos d’água, represas e efluentes, incluindo aqueles provenientes de desastres ambientais. Um teste de baixo custo é utilizado para identificar visualmente alterações morfológicas em embriões de zebrafish e determinar se a água analisada é altamente tóxica ou não.
Em 2023, 19 mil pessoas foram afetadas por doenças transmitidas pela água e alimentos, um número significativamente maior do que em 2015, quando foram registrados 10 mil casos. A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde destaca que o desmatamento, erosão, assoreamento e despejo de contaminantes são algumas das principais causas de alterações químico-biológicas nos recursos hídricos.
Os pesquisadores do Laboratório de Toxinologia Aplicada (LETA) do Instituto Butantan estão utilizando o teste de toxicidade aguda em embriões de zebrafish, seguindo as Diretrizes para Testes de Produtos Químicos da OCDE. Este teste reconhecido internacionalmente fornece resultados precisos em até 96 horas.
O zebrafish é utilizado devido à sua semelhança genética com os seres humanos, chegando a até 70%. Ele é considerado um substituto adequado para modelos animais tradicionais, devido à sua compatibilidade com o corpo humano e características fisiológicas que facilitam a análise científica. Além disso, o baixo custo de produção dos testes e a alta reprodutibilidade do zebrafish o tornam uma opção vantajosa para estudos experimentais.
O teste de toxicidade aguda avalia a mortalidade e deformidades em embriões de zebrafish expostos a substâncias tóxicas, proporcionando resultados em curto prazo. Este método não invasivo permite a identificação rápida de alterações físicas e é alinhado com o princípio dos três Rs (redução, refinamento e substituição) para racionalizar o uso de animais em pesquisas.
O monitoramento por meio de zebrafish é essencial para garantir a segurança da água para consumo humano, levando em consideração os impactos que a água contaminada pode ter na vida selvagem e na agricultura. Este método ajuda a prevenir danos à saúde e a garantir a segurança dos recursos hídricos.
