Fauna e flora aquáticas também serão afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul

Peixes, anfíbios e outras espécies aquáticas afetadas pelas cheias no Rio Grande do Sul enfrentarão o mesmo impacto ambiental que a flora e a fauna terrestre, classificado como “devastador”. A avaliação foi feita por um professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da Pontifícia Universidade Católica do estado.

Durante as enchentes, peixes estão sendo vistos nadando pelas ruas de Porto Alegre, sendo arrastados pela forte correnteza. Espécies exóticas como a piranha e tilápias, abundantes no Rio Guaíba, também estão sendo afetadas.

Uma das fases dessa tragédia ocorre nas planícies, onde municípios como Porto Alegre, Eldorado do Sul e Canoas são atingidos pelas águas do Rio Guaíba. A fauna que normalmente está restrita ao leito do lago se dispersa quando o rio transborda.

Apesar dos impactos, a recuperação da fauna aquática não deve levar muito tempo, pois esses animais são resilientes. Acredita-se que em um a dois anos a fauna aquática estará totalmente recuperada.

As cheias também podem introduzir novas espécies no ecossistema, como a piranha. Além disso, peixes criados em tanques no estado já foram liberados no ambiente natural.

As consequências das cheias para a fauna e flora são complexas e diferem conforme a região afetada. Espécies em áreas naturais têm maior capacidade de recuperação do que as que sofreram alterações humanas. A região serrana, com ocupações humanas próximas aos rios, terá uma recuperação mais lenta.

É importante ter um olhar diferenciado para áreas já impactadas pelas ações humanas, pois a recuperação desses locais pode ser mais difícil. Espécies ameaçadas de extinção correm risco maior, como o sapinho-admirável-de-barriga-vermelha e algumas espécies de peixes endêmicas da região.

Após essa tragédia climática, a fauna e flora dos lagos e rios do estado levarão tempo para se recuperar. A mudança climática global é um fator que influenciará diretamente a recuperação das espécies, especialmente em áreas de recuperação mais lenta. A palavra-chave agora é mudança, já que as condições do planeta estão sempre se alterando.