Segundo um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan, quem tem sobrenome que comece com A, B ou C tem chance de obter boas notas na escola. A análise sugere que a sequência em que a lista de estudantes aparece para um professor, junto ao viés que as pessoas têm de classificação sequencial, podem influenciar nas notas finais de uma turma.
Os alunos em desvantagem também recebem comentários mais negativos e menos polidos, de acordo com o estudo. Jun Li, co-autor da pesquisa, afirmou que a questão da avaliação justa e precisa foi surpreendente para ele. A pesquisa está sob revisão de pares para publicação na revista Management Science.
Os pesquisadores analisaram mais de 30 milhões de registros de notas da Universidade de Michigan para o estudo. Os dados foram coletados entre 2014 e 2022, utilizando o registro universitário no Canvas, o sistema de gestão de aprendizado online. A configuração padrão deste programa apresenta as atividades dos alunos em ordem alfabética de sobrenomes, o que pode influenciar na avaliação dos professores ao longo do tempo.
O estudo apontou que alunos com sobrenomes que começam com A, B, C, D ou E recebem 0,3 ponto a mais em suas notas em comparação com uma avaliação em sequência aleatória. Por outro lado, alunos com sobrenomes mais no final do alfabeto recebem 0,3 ponto a menos, criando uma diferença de 0,6 ponto. Para 5% dos professores que avaliam as tarefas da sequência Z para A, a inversão acontece como esperado, beneficiando alunos com sobrenomes do final do alfabeto.
Apesar de parecer uma diferença pequena, o estudo mostra que essa disparidade afeta as médias de notas dos alunos, impactando suas oportunidades futuras na carreira.
