Rússia veta proposta da ONU de proibir armas nucleares no espaço

A Rússia vetou uma proposta da ONU (Organização das Nações Unidas) que visava proibir armas nucleares no espaço.

Em fevereiro deste ano, surgiram relatos de que a Rússia estaria construindo uma arma nuclear que seria lançada ao espaço para desativar ou destruir satélites. O presidente russo, Vladimir Putin, nunca comentou a acusação. Porém, o furor causado pelos boatos levou a Casa Branca a emitir um comunicado dizendo a suposta arma não representava “nenhuma ameaça imediata à segurança de ninguém”.

Em relação à proposta da ONU, treze países votaram a favor de proibir armas nucleares no espaço. A Rússia votou contra, enquanto a China se absteve. O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, chamou o projeto de “espetáculo sujo” “manobra cínica”, segundo a Associated Press.

Logo depois, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, questionou o embaixador russo em relação ao posicionamento do país.

Posicionamentos da Rússia e China são mais profundos do que parecem

Apesar da Rússia e da China terem vetado e abstido a votação, respectivamente, ambos os países propuseram uma emenda à resolução. As nações pediram que todos os territórios “impeçam para sempre a colocação de armas no espaço sideral e a ameaça de uso da força no espaço sideral”

Sobre a emenda, sete países votaram a favor, enquanto sete votaram contra e um se absteve. Os Estados Unidos, aliás, foram um dos países que votaram contra a emenda.

Ao ser questionado pela embaixadora dos EUA, Nebenzia retrucou com os próprios questionamentos. “Queremos a proibição de armas de qualquer tipo no espaço sideral, não apenas ADMs [armas de destruição em massa]. Mas você não quer isso. E deixe-me fazer-lhe a mesma pergunta: Por quê?”, perguntou o embaixador russo.

EUA e Rússia avançam na corrida armamentista espacial

Ainda não se sabe a posição de cada país em uma possível corrida armamentista espacial. Porém, em setembro de 2023, a DARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa  das Forças Armadas dos EUA pediu ajuda a empresas privadas para encontrar novas soluções para alcançar uma “superioridade espacial”.

A Força Espacial dos EUA também criou recentemente uma unidade encarregada exclusivamente de vigiar satélites adversários e realizou “combates simulados em órbita” durante exercícios de treinamento.

Recentemente, a Rússia chegou a ameaçar satélites comerciais ocidentais, chamando-os de “alvo legítimo” de ataques militares.