Pesquisadores de universidades no Brasil e nos Estados Unidos desenvolveram um novo modelo de membrana lipídica que imita com maior precisão a estrutura das membranas celulares humanas. Isso permitirá ampliar as investigações sobre suas propriedades e funções. As membranas biológicas são essenciais para as células, controlando a entrada de nutrientes e protegendo o conteúdo interno das células. Essas estruturas são compostas por uma bicamada de lipídios, com uma composição assimétrica. Por mais de 70 anos, os modelos utilizados para estudar as membranas biológicas eram simétricos.
O novo método proposto pelos pesquisadores para criar membranas lipídicas assimétricas permite estudar mais interações, com domínios nos quais diferentes fases coexistem. As novas evidências estão intrigando os cientistas, que buscam entender como essas monocamadas, diferentes em composições lipídicas e comportamentos de fases, podem se manter acopladas. Uma das descobertas com o novo modelo é a redistribuição de colesterol nas membranas, o qual desempenha um papel fundamental em diversos processos celulares.
Os pesquisadores publicaram os resultados em revistas científicas renomadas, como o Journal of the American Chemical Society e PNAS. Os estudos estão sendo financiados pela FAPESP e visam criar modelos mais precisos em laboratório para avançar o conhecimento sobre as membranas celulares, inclusive abrindo possibilidades para pesquisas sobre células cancerígenas. O próximo passo é estender a teoria e os experimentos para misturas mais complexas de lipídios.
