Os bancos entraram na corrida da inteligência artificial e estão avançando rapidamente para transformar essa tecnologia emergente em uma prática comum em seus negócios. Instituições financeiras estão introduzindo chatbots de IA generativa, contratando executivos focados em IA e adotando centenas de novos casos de uso, com ainda mais em desenvolvimento – tudo a uma velocidade vertiginosa.
Alexandra Mousavizadeh, CEO e fundadora da empresa de pesquisa de adoção de IA Evident, disse que a tecnologia de IA generativa terá pelo menos uma parte em cada função realizada pelo setor bancário em um futuro não tão distante. “Vai levar alguns anos até chegarmos a esse ponto de inflexão”, disse ela. “O jogo de longo prazo é que a IA estará em cada cantinho do banco.”
O Índice de IA da Evident classifica o progresso dos 50 maiores bancos do mundo à medida que incorporam e avançam na IA, usando quatro métricas: talento, inovação, liderança e transparência. JPMorgan Chase, que contratou seu chefe de pesquisa de IA em 2018 e foi pioneiro no uso de IA de ponta no setor bancário, liderou o ranking duas vezes seguidas.
Enquanto os investimentos de bilhões de dólares que os maiores bancos estão fazendo no desenvolvimento de IA hoje provavelmente não começarão a render lucros por muitos anos, nos últimos trimestres os executivos bancários deixaram claro que suas instituições estão levando a sério o desenvolvimento de IA – e são competitivos com seus pares. Mousavizadeh disse que a implementação de IA pelos bancos revolucionará a forma como realizam funções básicas.
“Não é que vão fazer coisas diferentes”, disse ela. “Eles apenas as farão com base em IA completamente.”
Para garantir, a aprendizagem de máquina nos bancos não é algo novo. As instituições financeiras têm usado essas ferramentas para estruturação e análise de dados há quase duas décadas. No final de 2022, a aprendizagem de máquina em bancos, serviços financeiros e seguros representava cerca de 18% do mercado total, de acordo com S&P Global.
Mas o crescente poder das tecnologias de IA ajudou os bancos a usá-la para uma ampla gama de funções, incluindo a interação direta com os clientes. JPMorgan, por exemplo, tem mais de 400 casos de uso em produção em marketing, fraude e risco, e está explorando ainda mais o uso de IA generativa em suas práticas de engenharia de software e atendimento ao cliente. A assistente financeira de IA do Bank of America, Erica, tornou-se central para sua estratégia de relacionamento com os clientes.
E quanto mais os bancos utilizam a IA, mais os acionistas parecem aprovar. Pesquisas preliminares da Evident mostram que os bancos que lideram seu Índice de IA – JPMorgan, Capital One, Royal Bank of Canada, Wells Fargo e UBS – tiveram um aumento de quase 34% ao ano no preço de suas ações. Os 10 maiores bancos do índice viram um aumento de 26% e os 25 melhores um aumento de quase 18%, enquanto o crescimento anual médio do setor foi de 10%.
Mousavizadeh espera que esses ganhos desproporcionais continuem à medida que as instituições líderes ampliam a lacuna entre elas e aquelas que não abraçaram a tecnologia.
“Os bancos que simplesmente não estão fazendo nada com IA”, disse ela, “provavelmente acabarão, daqui a dois, três, quatro anos, realmente percebendo isso em seus resultados e no preço das suas ações.”
