Amazônia Pode Estar Perdendo Sua Capacidade de Recuperação.

Nas últimas duas décadas, a Amazônia enfrentou quatro períodos de secas intensas, o que não era esperado antes das mudanças climáticas. Um estudo recente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences mostrou que essas secas não apenas causam prejuízos, mas também afetam a capacidade de recuperação da floresta, aumentando a possibilidade de um ponto de não retorno.

Os pesquisadores analisaram imagens de satélite da Amazônia entre 2001 e 2019, acompanhando o comportamento da vegetação mês a mês em relação aos dados de chuvas. Descobriram que parte significativa da vegetação madura não está se recuperando totalmente após os períodos secos, o que indica um desequilíbrio na regeneração da floresta.

Essa desaceleração na recuperação é mais evidente no Sudeste da Amazônia, região já altamente desmatada e vulnerável a eventos de degradação. O aumento na intensidade e frequência das secas tem impacto direto na capacidade de regeneração da vegetação, tornando a situação ainda mais desafiadora.

Os pesquisadores alertam que a desaceleração na recuperação da floresta pode ser um sinal inicial do colapso do ecossistema, considerando que o estudo se baseou apenas na observação do dossel das árvores. O que ocorre no solo e nas raízes pode ser ainda mais impactante e preocupante para a sustentabilidade da floresta.

Diante disso, é fundamental buscar medidas eficazes de preservação e combate ao desmatamento, visando proteger a biodiversidade e garantir a sobrevivência da Amazônia a longo prazo.