A Internet Pode Ser Tão Boa Para o Bem-Estar Quanto Andar Ao Ar Livre, Diz Estudo

“Enquanto a Internet é global, seu estudo não é”, afirmou um pesquisador da Universidade de Oxford, no Reino Unido, à revista Nature. Com isso em mente, ele iniciou uma pesquisa aprofundada sobre a relação entre o bem-estar e o uso da Internet, em especial das mídias sociais.

Os resultados, publicados na revista Technology, Mind and Behavior nesta semana, surpreenderam. De acordo com o estudo, o comportamento pode aumentar a satisfação das pessoas com a vida e seu senso de propósito.

Entenda o contexto:
Pesquisas anteriores relacionaram as mídias sociais, a Internet e o uso de telefones celulares a comportamentos como o cyberbullying, o vício nas redes e questões de imagem corporal. Contudo, parte das amostras dessas investigações não abrangiam a realidade da população global.

O novo estudo foi desenvolvido durante 16 anos e acompanhou cerca de 2,4 milhões de pessoas de 168 países. Todos tinham 15 anos ou mais.

Na investigação, o cientista analisou dados sobre como o acesso à Internet estava relacionado a oito medidas de bem-estar da pesquisa Gallup World Poll. Para evitar vieses, fatores que podem afetar o uso da Internet e o bem-estar foram considerados.

Uma vida melhor pelas lentes da Internet:
Em média, pessoas que tinham acesso à Internet pontuaram 8% mais alto em indicadores de satisfação com a vida, experiências positivas e contentamento com sua vida social. Para pesquisadores da área, isso se deve às oportunidades de aprender coisas novas e fazer amigos que a Internet proporciona.

Para o pesquisador, o resultado é comparável a hábitos saudáveis, como caminhar ao ar livre. No entanto, o resultado da nova pesquisa também indica que a Internet pode se tornar um refúgio.

De acordo com os resultados, mulheres de 15 a 24 anos estavam menos satisfeitas com o lugar onde vivem em comparação com pessoas que não haviam usado a Internet recentemente. Para os pesquisadores, o digital pode oferecer um meio em que as pessoas se sentem mais bem-vindas e, com isso, elas passam mais tempo online.

Contudo, é importante ressaltar que mais estudos são necessários para determinar se as conexões entre o uso da Internet e o bem-estar são uma relação de causa e consequência ou apenas associações.