Pesquisadores Observam Os Vírus Mayaro E Chikungunya Circulando Ao Mesmo Tempo Em Roraima

Um estudo publicado neste mês na revista Emerging Infectious Diseases revela que os vírus mayaro e chikungunya estão circulando simultaneamente no Estado amazônico de Roraima. A descoberta contrariou as expectativas dos pesquisadores, que acreditavam que a alta taxa de infecção por um dos patógenos impediria a circulação do outro vírus. No entanto, a presença de ambos foi identificada nas mesmas regiões, apesar de não terem sido registrados casos de indivíduos infectados pelos dois patógenos ao mesmo tempo.

A cocirculação desses arbovírus ressalta a importância da implementação de métodos moleculares para um diagnóstico preciso, uma vez que as doenças causadas por eles apresentam sintomas semelhantes. O vírus mayaro, transmitido por um mosquito silvestre, pode passar a circular em ambientes urbanos devido ao desmatamento provocado pela exploração ilegal de recursos naturais, como o garimpo. Trabalhadores de ambientes florestais, como pescadores, podem atuar como ponte facilitando a introdução e transmissão do vírus mayaro em áreas urbanas.

O estudo faz parte do projeto Amazônia+10, que avalia como a atividade humana em áreas de floresta afeta a circulação viral. A pesquisa envolve diversas instituições nacionais e internacionais e recebe apoio da FAPESP. O projeto visa entender quais vírus estão circulando na região e monitorar a ocorrência de novos surtos, visando contribuir para a saúde pública e o desenvolvimento sustentável da região.

A cocirculação de mayaro e chikungunya em Roraima, juntamente com a alta frequência de dengue identificada, evidencia a necessidade de uma vigilância ampliada e contínua para identificar e prevenir possíveis novos surtos. O artigo completo pode ser acessado no site da revista Emerging Infectious Diseases.