No dia 7 de maio de 1824, Beethoven apresentou ao mundo a Nona Sinfonia, a última que ele finalizou. Durante a apresentação, o compositor revelou ao público sua surdez, tocando a música que expressava seus sentimentos sobre a condição – desespero, superação e alegria.
Duzentos anos depois, exames feitos em mechas de cabelo de Beethoven pela Mayo Clinic identificaram que o possível motivo de sua perda auditiva foi o chumbo. Os resultados foram publicados em uma carta na revista Clinical Chemistry.
Além de divulgar a descoberta, a equipe responsável pelo estudo contradiz uma análise anterior feita por William Meredith, diretor do Ira F. Brilliant Center for Beethoven Studies, Paul Jannetto, diretor do laboratório, e Kevin Brown, um empresário australiano apaixonado por Beethoven.
Em 2023, a mesma equipe havia afirmado que Beethoven não estava envenenado por chumbo, porém, novos testes mostraram o contrário. Os exames minuciosos indicaram a presença de chumbo suficiente no sistema do compositor para explicar sua surdez e doenças.
Durante a estreia da Nona Sinfonia, a surdez fez com que Beethoven não percebesse o sucesso do primeiro movimento, sendo chamado por um solista para virar e ver a reação do público.
Além da surdez, Beethoven também sofria com cólicas abdominais, diarreia e outros problemas de saúde, levando a equipe a investigar as causas. Análises de mechas de cabelo do compositor confirmaram a presença de chumbo em concentrações elevadas.
O chumbo afeta o sistema nervoso, explicando a surdez de Beethoven, e é compatível com seus problemas digestivos. Além disso, foram encontrados altos níveis de arsênico e mercúrio em suas mechas de cabelo.
O envenenamento provavelmente ocorreu devido à ingestão inconsciente de chumbo presente em vinhos, alimentos e medicamentos na Europa do século XIX. Beethoven consumia cerca de uma garrafa de vinho por dia, o qual podia conter chumbo devido às técnicas de fermentação e armazenamento da época.
