Os microplásticos estão amplamente disseminados e podem até se alojar no cérebro humano, como observado em um estudo recente com ratos de laboratório. A pesquisa, conduzida por Eliseo Castillo da Universidade do Novo México e publicada na revista Environment Health Perspectives, identificou que os microplásticos percorrem o organismo e chegam ao cérebro após serem ingeridos na água potável.
Especialista em imunologia mucosa, Castillo realizou um experimento com ratos de laboratório para estudar o trajeto dos microplásticos no corpo. Durante quatro semanas, os roedores receberam água potável com microplásticos, com concentração semanal de 4 miligramas, representando a média que as pessoas ingerem. Os resultados revelaram que os microplásticos se deslocam do intestino para outros tecidos, incluindo o cérebro, levando a mudanças físicas nos animais saudáveis.
Em outro estudo publicado na revista Cell Biology and Toxicology, Castillo já havia observado que os microplásticos alteram as células imunes chamadas macrófagos, desencadeando inflamação no corpo.
Os pesquisadores planejam agora investigar como os alimentos presentes na dieta afetam a absorção dos microplásticos pelo corpo, pretendendo expor os animais a uma dieta rica em gordura ou fibras para melhor entender o processo.
