Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estudou pela primeira vez como o ambiente alimentar influencia nas escolhas dos moradores de favelas brasileiras. O estudo apontou dificuldades de acesso a alimentos saudáveis, como falta de informação sobre alimentação adequada, restrições financeiras e pouca disponibilidade de estabelecimentos que ofereçam alimentos saudáveis a preços acessíveis.
As autoras do estudo realizaram grupos focais online com moradores de favelas de diferentes cidades do Brasil. O trabalho indicou que os moradores enfrentam obstáculos significativos em seu ambiente alimentar, tornando difícil adotar uma dieta nutritiva. A falta de acesso a comida saudável, a grande oferta de produtos ultraprocessados e a falta de tempo para preparar refeições foram apontados como desafios.
A maioria dos participantes destacou a importância de incluir verduras, legumes, frutas, carnes, arroz e feijão na alimentação diária. No entanto, os preços elevados desses alimentos representam um obstáculo. Os moradores expressaram o desejo de consumir mais variedade, como frutas, alimentos orgânicos, peixes e castanhas, desde que suas condições financeiras permitam.
A pesquisa visa aprimorar políticas públicas que incentivem o acesso a alimentos saudáveis e ações que melhorem o ambiente alimentar das favelas brasileiras. Identificar os fatores que impactam o acesso à comida nessas comunidades é fundamental para propor soluções específicas e integradas. A pesquisa também resultou em um instrumento para avaliar a percepção do acesso aos alimentos em favelas.
A próxima etapa será uma pesquisa de campo em Belo Horizonte, para coletar informações sobre o ambiente alimentar, segurança alimentar e nutricional e estado nutricional das crianças das favelas locais. Os dados serão apresentados aos gestores responsáveis pelas políticas públicas relacionadas à alimentação e nutrição.
