O Pix está se tornando mais do que apenas uma forma de lidar com dinheiro, mas também uma maneira de interagir em relacionamentos. Durante o ano de 2023, os brasileiros realizaram 35,3 milhões de transferências via Pix de um centavo (R$ 0,01), de acordo com informações do Banco Central. Essas transações são feitas por diferentes motivos, incluindo mensagens pessoais com flertes, paqueras e até pedidos de casamento.
A possibilidade de enviar um Pix de um centavo pode ultrapassar os limites de um relacionamento. Em uma entrevista concedida à Folha de S.Paulo, uma estudante de direito de 25 anos afirmou ter utilizado essa estratégia para se comunicar com um ex-namorado que a havia bloqueado nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens.
Essa prática não é nova e já foi utilizada de diferentes formas. Em um caso de destaque, uma pessoa pediu sua namorada em casamento através de um Pix de R$ 0,01 publicado no antigo Twitter.
Apesar de parecer inofensiva e até engraçada, as transferências pelo Pix também podem causar problemas. Um caso no Ceará resultou na prisão de um idoso de 67 anos por importunar a ex-namorada com mensagens desagradáveis anexadas aos Pix de um centavo.
Além de mensagens pessoais, o Pix também foi utilizado como forma de alerta por uma analista financeira que recebeu várias transferências de R$ 0,01 acidentalmente em 2022. A prática, que já movimentou milhões de reais na economia brasileira, não possui restrição de valor estabelecida pelo Banco Central, mas existem limites para o conteúdo das mensagens, determinados pelos prestadores de serviços de pagamento.
O Pix se tornou a principal forma de transferência no Brasil, substituindo até mesmo as tradicionais transferências via DOC. O Banco Central planeja introduzir novas modalidades para o serviço em 2024, como o BolePix, o Pix automático e o parcelado.