Urânio e chumbo presentes na urina de adolescentes que utilizam vape

O uso de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, tornou-se popular entre os adolescentes. No entanto, estudos recentes apontam para um perigo oculto: a exposição a metais pesados como urânio e chumbo.

Pesquisadores encontraram quantidades significativas desses metais pesados na urina de jovens usuários de vape, levantando preocupações sobre os impactos de longo prazo na saúde. Um estudo realizado pela Universidade de Nebraska, nos EUA, revelou que o vapor inalado pelos usuários de cigarros eletrônicos pode conter partículas de metais dos componentes do dispositivo.

A revista científica BMJ publicou a pesquisa, na qual os cientistas analisaram os testes de urina de 200 adolescentes dos EUA que usam vape. Os usuários foram divididos em três grupos: uso ocasional (uma vez por dia ou menos), uso intermitente (oito vezes por dia) e uso frequente (27 vezes por dia).

Os cientistas descobriram que tanto os usuários intermitentes quanto os usuários frequentes apresentaram níveis mais elevados de chumbo na urina em comparação com os usuários ocasionais.

O urânio e o chumbo são conhecidos por seus efeitos tóxicos quando acumulados no organismo. A exposição frequente a esses metais está associada a diversos problemas de saúde, como danos ao sistema nervoso, renais e até câncer. Os cientistas alertam que a presença desses metais na urina indica a absorção pelos adolescentes.

O estudo sugere que o uso contínuo de vapes pode aumentar o risco de exposição a esses elementos. Considerando que o organismo dos jovens está em desenvolvimento, eles podem ser mais vulneráveis aos efeitos tóxicos.

Apesar disso, os pesquisadores ressaltam que o estudo não estabelece uma relação de causa e efeito. Mais pesquisas são necessárias para confirmar se os vapes realmente podem contaminar os usuários com urânio e chumbo.

O chumbo é um metal tóxico que afeta vários sistemas do corpo e é especialmente prejudicial para crianças pequenas. Seus impactos na saúde incluem problemas neurológicos, cardiovasculares, gastrointestinais e hematológicos. A OMS estima que quase metade das mortes por exposição a produtos químicos em 2019 se deve ao chumbo, sendo responsável por milhões de anos perdidos por incapacidade em todo o mundo.