Na iminência da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e a Universidade Federal do Pará (UFPA) – vinculadas ao Ministério da Educação (MEC) – comemoram os primeiros avanços do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Probiam: “Prospecção de biocompostos amazônicos com potencial ação contra agentes infecciosos emergentes e/ou resistentes para obtenção de produtos farmacêuticos”.
Lançado em dezembro de 2023 pelas duas universidades, o instituto concentra esforços na prospecção de biocompostos da Amazônia para desenvolver produtos farmacêuticos voltados ao combate de agentes infecciosos emergentes e resistentes, incluindo vírus, bactérias, fungos e parasitas causadores de doenças como leishmaniose, esquistossomose e tricomoníase.
Marta Monteiro, coordenadora do instituto e docente da UFPA, explica que os grupos, articulados em nível nacional e internacional, buscam promover a sustentabilidade na saúde por meio do uso responsável da biodiversidade amazônica. Assim, geram produtos que incentivam a bioeconomia, a economia circular verde e a produção de bioprodutos. A criação de startups e a geração de empregos também são visadas pelo estímulo à pesquisa promovido pelo instituto.
Pedro Romão, vice-coordenador do instituto e professor da UFCSPA, destaca que, em menos de um ano de operação, o instituto já prepara artigos e patentes sobre os compostos em desenvolvimento. A iniciativa reúne 18 grupos de pesquisa, 28 pesquisadores e 10 bolsistas em um ecossistema de inovação científica cujo objetivo é aproveitar a biodiversidade amazônica para promover soluções terapêuticas inovadoras. “Essas redes de pesquisa são constituídas por instituições de excelência e abordam temas de vanguarda e áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável, além de terem parcerias com o setor produtivo e público”, ressalta.
Testes têm sido feitos com mais de 80 compostos amazônicos. No Laboratório de Imunologia da UFCSPA, por exemplo, compostos estão sendo avaliados contra a Leishmania, enquanto o Laboratório de Imunovirologia examina a eficácia desses biocompostos contra o vírus da Herpes tipo 2 (HSV-2), o vírus sincicial respiratório (RSV) e o Zika vírus.
Colaboração – Além das universidades gaúcha e paraense, o INCT também conta com mais de uma dezena de instituições participantes, inclusive do exterior.