Um estudo publicado na revista Cancer Research revelou que os tratamentos convencionais para o glioma, um tipo comum de câncer cerebral, podem alterar a forma como o DNA tumoral se comporta e sua agressividade. Os gliomas representam a maioria dos tumores cerebrais malignos e a incidência da doença aumenta com a idade. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo mostrou que pacientes com tumores de baixo grau submetidos a tratamento apresentaram alterações epigenéticas semelhantes a tumores de alto grau, tornando-os mais agressivos.
No estudo atual, os cientistas investigaram a evolução epigenética dos gliomas em resposta ao tratamento, analisando amostras de 132 pacientes. Diversas alterações relacionadas ao epigenoma foram observadas, dentre elas a maior proliferação de células tumorais. Pacientes tratados com quimioterapia ou radioterapia apresentaram uma maior alteração no epigenoma tumoral, especialmente os pacientes com mutação IDH1.
Essas descobertas abriram caminho para possíveis mudanças na abordagem terapêutica, visando compreender melhor a biologia tumoral e desenvolver novas estratégias de tratamento. Os próximos passos envolvem realizar testes em laboratório e em modelos animais para confirmar os resultados obtidos. É importante considerar possíveis vieses devido à coleta de dados retrospectivos de diversas instituições e práticas clínicas variadas ao longo do tempo.
