A ByteDance, proprietária do TikTok, está desenvolvendo vários projetos simultaneamente. Além do app de fotos TikTok Notes, que pretende competir com o Instagram e até mesmo com o antigo Twitter, a empresa também tem o TikTok Lite, uma versão do aplicativo que paga aos usuários para assistir e curtir vídeos curtos.
O TikTok Lite é uma opção mais leve do aplicativo tradicional. Com um design simples, o aplicativo consome menos dados móveis e funciona sem problemas em celulares básicos. Atualmente, ele está disponível apenas para usuários do Japão, Coreia do Sul, França e Espanha.
Além de ser uma versão simplificada da rede social, o TikTok Lite possui uma característica única: os usuários do aplicativo podem ganhar dinheiro ao utilizá-lo. De acordo com a seção de perguntas frequentes da plataforma, é possível completar determinados objetivos para receber pontos e depois trocá-los por recompensas.
Os pontos acumulados – disponíveis apenas em celulares Android – podem se transformar em vouchers da Amazon, cartões-presente do PayPal ou moedas virtuais para gastar durante transmissões ao vivo.
Algumas das tarefas que garantem pontos incluem fazer login diariamente, curtir vídeos, seguir perfis, convidar amigos para usar o aplicativo e assistir a uma grande quantidade de vídeos.
Cada usuário tem um objetivo diário de obter 3.600 moedas, que equivalem a 0,36 centavos de euro (cerca de R$ 2). É possível completar a missão assistindo a uma hora de vídeos no TikTok, por exemplo, e ainda conseguir mais moedas por meio de outras tarefas.
Na França e na Espanha, o TikTok Lite foi lançado na semana passada e chamou a atenção da União Europeia. Ao saber que o aplicativo estava oferecendo dinheiro aos usuários, a Comissão Europeia exigiu que a ByteDance explicasse o objetivo dessa função.
O comissário europeu de Mercado Interno, Thierry Breton, comparou a ideia com os cigarros light e questionou se o aplicativo era “tão viciante e tóxico” quanto o tabaco. Em resposta, a proprietária do TikTok afirmou apenas que irá responder ao pedido de informações e que não lançará o aplicativo em outros países europeus.
Entre as preocupações dos europeus estão os possíveis impactos em crianças, especialmente na saúde mental e na dependência. Por esse motivo, a Comissão deseja mais detalhes sobre as medidas que a plataforma implementou para mitigar esses riscos até 26 de abril.
A Lei de Serviços Digitais da União Europeia, que entrou em vigor no ano passado, deu mais poder ao bloco para lidar com as grandes empresas de tecnologia. Foi através dela que o comissário Breton exigiu informações sobre o funcionamento do TikTok Lite.
É importante lembrar que, em fevereiro deste ano, a Comissão Europeia iniciou um processo formal contra a ByteDance. Na época, a empresa estava sob investigação por possível violação da lei em relação à proteção de dados e crianças, bem como à moderação de conteúdos nocivos na plataforma. O TikTok respondeu às acusações afirmando que cooperaria com a investigação e continuaria trabalhando com especialistas em segurança online.