Startup Quer Produzir Alimentos Para Animais A Partir De Gás De Efeito Estufa

A startup britânica Aerbio inaugurou sua primeira instalação de testes de uma nova forma de produção de alimentos na Holanda. A iniciativa consiste em desenvolver ração animal a partir de dióxido de carbono (um gás de efeito estufa) e hidrogênio. Com a abertura do local, os testes terão uma produção inicial de 200 kg por mês.

Em parceria com o SAIC (Sustainable Aquaculture Innovation Centre) e outros parceiros, a Aerbio pretende produzir a nova proteína unicelular Proton, destinada à alimentação de salmões e galinhas. Essa proteína é rica em proteínas e derivada de microrganismos naturais.

A empresa afirma que seus micróbios conseguem prosperar com dióxido de carbono e hidrogênio, ao contrário da maioria que depende de açúcar como fonte de carbono e energia. Eles conseguem utilizar esses gases na produção de moléculas complexas como carboidratos, gorduras e proteínas.

O processo de produção da ração se beneficia da abundância de gás hidrogênio e dióxido de carbono, provenientes de projetos de transição energética em larga escala. Utilizando a tecnologia de fermentação aeróbica de gases da Aerbio, é possível gerar a ração Proton.

Uma das vantagens desse processo é a não necessidade de terras aráveis, podendo ser implantado próximo a processos industriais que geram dióxido de carbono e hidrogênio de qualidade alimentar. Isso pode fornecer uma produção doméstica de suprimentos a países dependentes da importação de ingredientes ricos em proteínas.

Com o objetivo de alcançar emissões líquidas de carbono zero no setor de produção de alimentos, a pegada de carbono do Proton é até 90% menor do que a da farinha de peixe ou soja, por exemplo.

Os testes iniciais mostram que o Proton possui benefícios nutricionais similares aos ingredientes de rações de origem animal ou vegetal. A empresa planeja lançar seus primeiros produtos nos próximos meses, com testes começando por volta de setembro e resultados esperados para o início de 2025.

Além disso, está em andamento o desenvolvimento de uma “Instalação de Lançamento de Mercado” com capacidade para produzir 250 toneladas de Proton anualmente. Futuras instalações comerciais devem aumentar significativamente a produção, com capacidade de produzir 100 mil toneladas por ano em cada local.