No começo de 2020, quando o vírus da Covid-19 estava se espalhando pelo mundo, um pequeno grupo de pesquisadores da Universidade de Concepción, uma instituição privada no sul do Chile, estava desenvolvendo o protótipo do primeiro produto comercial da empresa Sequre Quantum. Devido às restrições de acesso à universidade por causa da pandemia, grande parte do trabalho teve que ser feito em casa, com constantes trocas de e-mails, videochamadas e envio de componentes para a versão inicial do aparelho.
Originada no meio acadêmico, através da colaboração dos físicos Gustavo Moreira Lima, um brasileiro que se mudou para a universidade chilena em 2011, e Marcin Pawlowski, da Universidade de Gdansk, na Polônia, a startup desenvolveu um gerador de números aleatórios com base em propriedades da física quântica. Segundo a empresa, isso tornaria o dispositivo praticamente inquebrável e garantiria a imprevisibilidade dos números que ele gera. Esse equipamento pode ser utilizado em jogos de azar e também como fonte de chaves criptográficas.
Até o momento, a empresa recebeu investimentos no valor de US$ 1,5 milhão, sendo mais de 90% de origem privada, e vendeu sete dispositivos, cujo preço não foi divulgado. O primeiro cliente foi a Loteria de Concepción, que passou a utilizar os números gerados pelo aparelho da Sequre Quantum em seus sorteios. Na área de cibersegurança, a empresa fechou acordos com as forças armadas do Chile e a multinacional francesa Thales, especializada em sistemas de informação. O objetivo da Sequre Quantum é tornar-se uma empresa sólida através da inovação tecnológica.