Satélites Da Starlink Atrapalham Visão Do Universo, Aponta Agência Holandesa

O aumento contínuo de satélites Starlink na órbita terrestre está gerando grandes complicações para astrônomos e pesquisadores, interferindo na observação do Universo. De acordo com um estudo do Astron (Instituto de Radioastronomia da Holanda), divulgado na última quarta-feira, a radiação dos satélites Starlink, especialmente os de segunda geração, está causando interferência nos radiotelescópios.

Como resultado, os satélites da Starlink dificultam a observação de corpos celestes distantes e prejudicam o trabalho dos astrônomos que estudam tais corpos celestes. A radiação emitida pelos satélites é mais intensa do que as fontes de luz captadas pelos radiotelescópios. Jessica Dempsey, diretora da Astron, explicou que a radiação dos satélites Starlink está atrapalhando a observação de jatos cósmicos de buracos negros situados no centro das galáxias.

Além disso, os satélites da Starlink também estão prejudicando a visualização das primeiras galáxias, situadas a milhões de anos-luz de distância, assim como exoplanetas. Apesar de a SpaceX ter prometido solucionar o problema, a interferência provocada pelos satélites da Starlink continua aumentando com o lançamento frequente de novos satélites, intensificando as obstruções às observações terrestres.

Os satélites da segunda geração (V2) da Starlink emitem uma radiação 32 vezes mais forte do que os da primeira geração, ultrapassando os limites estabelecidos pela União Internacional de Telecomunicações. Semanalmente, a SpaceX lança 40 satélites da Starlink V2, cuja radiação é cerca de 10 milhões de vezes mais brilhante que as fontes de luz mais fracas do Universo.

Assim, a interferência causada pelos satélites Starlink representa uma ameaça para o futuro da observação astronômica. Nesse contexto, não é surpreendente que uma empresa de Elon Musk esteja causando problemas à sociedade. Em um artigo publicado pelo Giz Brasil em julho do ano passado, foi mencionado um vazamento de radiação em mais de 40 satélites, os quais prejudicavam a observação astronômica.

Apesar de a SpaceX afirmar estar trabalhando em uma solução definitiva, essa solução ainda não foi implementada, seguindo o padrão de diversas promessas de Elon Musk que não se concretizaram.