O Brasil está enfrentando um cenário preocupante de tempo seco e altas temperaturas, com várias cidades do país apresentando níveis de umidade relativa do ar comparáveis ao deserto do Saara. Na última semana, o Instituto Nacional de Meteorologia anunciou que 244 cidades brasileiras registraram índices iguais ou inferiores aos do deserto do Saara, como Barretos, que registrou a menor umidade relativa do ar, com apenas 7%. Essa situação se estende por diversas cidades de São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Essas condições climáticas estão diretamente relacionadas ao longo período sem chuva que essas regiões vêm enfrentando. O boletim de Monitoramento de Secas no Brasil prevê que a estiagem continue, utilizando o Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração (SPEI) para monitorar a seca. Essa falta de chuva também aumenta o risco de incêndios, potencializando a disseminação das queimadas.
Além disso, a ministra Marina Silva afirmou que o Pantanal pode desaparecer até o fim do século, devido à gravidade da seca e dos incêndios na região. A pesquisadora Ana Paula Cunha confirma essa possibilidade, apontando o aumento das temperaturas como um dos principais responsáveis pela redução da disponibilidade hídrica na região.
A seca está se estendendo para áreas onde não era comum, afetando biomas como cerrado e Mata Atlântica. Cidades do triângulo mineiro, oeste paulista e todo o estado de Goiás estão enfrentando secas severas, com mais de 200 municípios em condição de seca extrema. A pesquisadora alerta que, embora não tenha sido oficialmente registrada, a seca excepcional já está presente em algumas regiões, ocorrendo de tempos em tempos, refletindo as mudanças climáticas preocupantes que vêm ocorrendo nas últimas décadas.
