Revista Nacional de Literatura Brasileira

Em uma conferência de tecnologia em Pequim na semana passada, uma empresa chinesa revelou uma interface cérebro-computador que permitia a um macaco controlar um braço robótico apenas pensando nisso.

Em um vídeo mostrado no evento, um macaco com as mãos contidas usa a interface para mover um braço robótico e pegar um morango. O sistema, desenvolvido pela NeuCyber NeuroTech e pelo Instituto Chinês de Pesquisas Cerebrais, envolve filamentos de eletrodos macios implantados no cérebro, de acordo com o veículo de mídia estatal Xinhua.

Pesquisadores nos EUA testaram sistemas semelhantes em pessoas paralisadas para permitir que elas controlem braços robóticos, mas a demonstração destaca o progresso da China no desenvolvimento de sua própria tecnologia de interface cérebro-computador e competindo com o Ocidente.

Interfaces cérebro-computador, ou BCIs, coletam e analisam sinais cerebrais, muitas vezes para permitir controle direto de um dispositivo externo, como um braço robótico, teclado ou smartphone. Nos EUA, um grupo de startups, incluindo a Neuralink de Elon Musk, está visando comercializar a tecnologia.

William Hannas, analista principal do Centro de Segurança e Tecnologia Emergente da Universidade de Georgetown, diz que a China está rapidamente alcançando os EUA em termos de sua tecnologia BCI. “Eles estão fortemente motivados”, diz ele sobre a superpotência asiática. “Eles estão realizando um trabalho de ponta, pelo menos tão avançado quanto qualquer outra pessoa no mundo”.

Ele diz que a China costumava ficar atrás dos EUA em BCIs invasivos – ou seja, aqueles que são implantados no cérebro ou em sua superfície – optando em vez disso por focar em tecnologia não invasiva usada na cabeça. Mas está rapidamente avançando em interfaces implantáveis, que estão sendo exploradas para aplicações médicas.

No entanto, mais preocupante é o interesse da China em BCIs não invasivos para a população em geral. Hannas coescreveu um relatório lançado em março que examina a pesquisa chinesa sobre BCIs para fins não médicos.

“A China não tem nada de tímida sobre isso”, diz ele, referindo-se às diretrizes éticas divulgadas pelo Partido Comunista em fevereiro de 2024 que incluem o aprimoramento cognitivo de pessoas saudáveis como um objetivo da pesquisa chinesa em BCI. Uma tradução das diretri…