Restos mortais carbonizados sugerem revolução violenta na sociedade maia

Descobertas recentes na antiga pirâmide da Guatemala

Novas descobertas podem ajudar a entender melhor um momento de transformação da civilização maia. Pesquisadores encontraram restos mortais queimados da realeza da época em uma antiga pirâmide na Guatemala, indicando a ocorrência de um violento conflito político no passado.

Indícios de revolução política

Ao escavar a estrutura na cidade pré-colombiana de Ucanal, capital do antigo reino de K’anwitznal, arqueólogos identificaram restos carbonizados de pelo menos duas pessoas. Além disso, foram encontrados diversos itens luxuosos normalmente presentes em túmulos maias reais. Entre os objetos estava uma máscara de pedra verde, que revelou que os mortos já haviam sido governantes do local.

A datação por radiocarbono revelou que os restos mortais datam entre 773 e 881 d.C., e que as vítimas estavam mortas antes de serem queimadas. De acordo com os pesquisadores, isso sugere que os túmulos originais foram reabertos com a intenção específica de queimar os antigos governantes.

A ação teria coincidido com o surgimento de um novo regime político em K’anwitznal, liderado por um governante chamado Papmalil, que supervisionou grandes mudanças estruturais na sociedade maia. Os autores do estudo descrevem como Papmalil eliminou a hierarquia social, inaugurando uma nova era de igualitarismo na qual “as distinções entre famílias de elite e não-elite [foram] muito diminuídas”.

Momento de transformação da sociedade

Para os pesquisadores, a queima dos corpos dos antigos governantes serviu como um momento simbólico de transformação política.
Em outras palavras, ele marcou o fim do antigo regime maia.
Após a ascensão de Papmalil, muitos dos edifícios em Ucanal foram demolidos e suas pedras foram usadas para novas construções a fim de “enterrar os símbolos de um regime anterior”.
O estudo foi publicado na revista Antiquity.
As informações são do IFLScience.