O ser humano mais velho está ficando mais inteligente? Mesmo com a ideia de que o envelhecimento prejudica a cognição, um novo estudo sugere o contrário. Segundo uma pesquisa publicada na revista Developmental Review, as diferenças cognitivas entre jovens e idosos estão se reduzindo ao longo do tempo.
“Isso é extremamente importante, pois os estereótipos sobre a inteligência de pessoas com mais de sessenta anos podem estar prejudicando-os no ambiente de trabalho e em outras áreas”, afirmou Stephen Badham, autor do estudo, em um artigo para o The Conversation.
Para analisar essa questão, o pesquisador acessou bancos de dados e estudos anteriores sobre o desempenho cognitivo de jovens e idosos, datados desde 1960 até os dias atuais. Ao analisar esses dados ao longo do tempo, ele observou que a diferença na cognição por idade está diminuindo ao longo dos últimos 60 anos. Além disso, ao comparar o aumento da capacidade cognitiva entre os jovens com o desempenho dos idosos, descobriu que a resposta é positiva.
Na terceira etapa da análise, o pesquisador usou dados de seu próprio laboratório, coletados ao longo de sete anos, para comparar a progressão cognitiva de jovens e idosos. Ele observou que, enquanto os jovens mantinham um desempenho constante nos testes, os idosos apresentaram melhorias na velocidade e no vocabulário.
Possíveis explicações para esse aumento na inteligência dos idosos se relacionam com as gerações mais recentes terem se beneficiado de uma maior accessibilidade à educação na infância. Os dados também mostram que as novas gerações de jovens estagnaram em seu desempenho cognitivo.
Embora existam teorias de que isso ocorra devido a influências de tendências evolutivas ou de saúde mental, o autor da pesquisa acredita que isso se deve à chegada a um limite natural. Um limite para o quanto fatores como educação, nutrição e saúde podem melhorar o desempenho cognitivo.
