Por Que As Cobras Têm “Sangue Frio” Entenda Como Funciona A Temperatura Corporal Dessas Animais

A temperatura corporal exerce influência em vários aspectos comportamentais e fisiológicos das serpentes, como locomoção, função imunológica, alimentação e crescimento. Elas buscam calor para ativar a circulação, produzir hormônios e até facilitar a digestão – daí sua preferência pelo sol após as refeições.

Sem fontes de calor, as cobras não conseguem realizar suas funções metabólicas. Por isso, no inverno, tendem a ficar mais letárgicas e podem até evitar se alimentar, entrando em um estado de dormência chamado “brumação”. Diferentemente dos animais de “sangue quente”, que se alimentam bastante antes de hibernar, as serpentes podem hibernar sem se alimentar. Elas se expõem ao sol, reduzem a respiração e os batimentos cardíacos.

Por outro lado, quando está muito quente, as cobras procuram abrigo em lugares mais frescos e entram em um estado de dormência chamado “estivação”, o que as ajuda a sobreviver às altas temperaturas.

A temperatura também interfere na reprodução: muitas serpentes se reproduzem de acordo com a época do ano. No Brasil, o acasalamento geralmente ocorre no outono ou inverno, mas é na primavera que as fêmeas entram em período fértil. Elas armazenam o esperma masculino até que os óvulos estejam prontos para serem fecundados. Os filhotes costumam nascer no verão, época mais propícia para seu desenvolvimento.

Algumas cobras, no entanto, conseguem gerar calor por conta própria. É o caso de algumas espécies, como os exemplos das pítons e das cascavéis, que elevam a temperatura interna do corpo para ajudar seus filhotes. Enquanto as pítons aquecem seus ovos com vibração muscular, as cascavéis geram calor quando grávidas para auxiliar no desenvolvimento dos filhotes.