Piscina De Bolinhas Para Cobras Entenda A Importância Do Enriquecimento Ambiental Para A Saúde Dos Animais

A cobra passeia pela piscina de bolinhas, enquanto a sucuri se diverte com uma chuva de mangueira e a jiboia descansa no tapete colorido. Essas cenas são bastante comuns dentro do Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan, onde é aplicada a técnica de enriquecimento ambiental. O objetivo é proporcionar estímulos imprevisíveis aos animais sob cuidados humanos e simular situações naturais, contribuindo para o bem-estar e desenvolvimento deles.

Os estímulos podem ser sensoriais, sociais, cognitivos, estruturais ou alimentares, e uma mesma atividade pode oferecer mais de um tipo de estímulo. No Butantan, o uso de materiais reciclados e a criatividade são fundamentais na construção dos enriquecimentos. Diversos objetos como bolinhas, vassouras, folhas de manjericão, garrafas pet, argolas e caixas de papelão são utilizados de forma higienizada e segura.

O enriquecimento ambiental incentiva comportamentos naturais, evita comportamentos indesejados e representa novos desafios aos animais, contribuindo para sua saúde cognitiva. Uma das estratégias é oferecer alimentos de formas diferentes e introduzir aromas e simulações para estimular a exploração e a caça.

Para as cobras, é comum a inclusão de estruturas verticais para que possam escalar e se exercitar, promovendo assim sua saúde. O equilíbrio é essencial nesse processo, respeitando as características de cada espécie e evitando hiperestimulação.

Além disso, o enriquecimento ambiental pode ser utilizado como método de dessensibilização, facilitando os cuidados e evitando estresse nos animais. Um exemplo de sucesso é a sucuri do museu, que após um longo processo, passou a aceitar toques e cuidados veterinários de maneira voluntária.

Estudos científicos comprovam os benefícios do enriquecimento ambiental para os animais, demonstrando uma melhora significativa no bem-estar e redução de comportamentos indesejáveis. O trabalho é planejado semanalmente e monitorado de perto pela equipe do museu.

Animais resgatados do comércio ilegal, como cobras, lagartos, aranhas e sapos, são mantidos no museu pois não podem ser soltos na natureza. Alguns são exóticos, outros foram criados por humanos e não possuem habilidades de sobrevivência na vida selvagem. Além disso, o fator genético e a preservação de espécies ameaçadas também são considerados na manutenção dos animais no museu.