Ele se assemelha a uma pedra ou a um coral, mas com espinhos. Ao encontrá-lo imóvel, é fácil confundi-lo. No entanto, ao contrário de outras estruturas, pisar de forma errada em um peixe-pedra tem consequências graves.
Os animais Synanceia, que habitam as regiões costeiras do oceano Indo-Pacífico, liberam um veneno por meio de seus espinhos. Como resultado, a substância causa uma dor intensa, paralisia muscular e perda de consciência.
Além disso, pode levar a parada cardíaca e afetar a coagulação do sangue. A área da picada permanece marcada pela perfuração, que provavelmente resultará em necrose. Não é à toa que o peixe-pedra é considerado o peixe mais venenoso do mundo.
Sobreviver ao veneno
Embora o veneno do peixe-pedra tenha o potencial de ser fatal, nunca ocorreu uma morte por sua causa. Pelo menos não há registros disso na Austrália.
Jamie Seymour, um toxicologista da Universidade James Cook, na Austrália, está entre aqueles que sobreviveram à picada do peixe. Atualmente, ele investiga os animais marinhos mais letais existentes em seu país, procurando entender seus mecanismos.
“A Austrália é, sem dúvida, o continente mais venenoso do mundo”, comentou Seymour.
O objetivo é proteger outras pessoas dos perigos de conviver com esses animais. Por isso, ele e sua equipe coletam venenos para produzir soros, substâncias antiveneno capazes de salvar vidas.
Para o peixe-pedra, que é o peixe mais venenoso do mundo, este processo é desafiador. Geralmente, os cientistas inserem uma seringa nas glândulas de veneno de um exemplar vivo da espécie.
Em seguida, o material coletado é enviado para outro laboratório localizado no estado australiano de Victoria. Lá, outros pesquisadores injetam o veneno em um animal, pouco a pouco, ao longo de seis meses. Este animal, que pode ser um cavalo, por exemplo, produz anticorpos naturais, que são coletados pelos cientistas.
Após serem purificados, esses anticorpos se tornam o soro, que é o antídoto para humanos.
