Pessoas Com Alzheimer Têm Células Cerebrais Que Envelhecem Mais Rápido, Diz Estudo

Algumas células do cérebro envelhecem mais rapidamente do que outras e, de acordo com um novo estudo publicado na revista Nature, essas células são mais abundantes em pessoas com a doença de Alzheimer.

Além disso, a pesquisa também identificou diferenças específicas de gênero no envelhecimento das células cerebrais.

Tudo isso foi possível graças à metodologia MUSIC (Mapeamento de Interações de Ácido Nucleico Múltiplo em Células Únicas) desenvolvida por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Em geral, cada célula do cérebro humano possui diversos componentes genéticos que determinam funções cruciais, como RNA e cromatina. À medida que as células envelhecem, as interações entre cromatina e RNA mudam, e o MUSIC permite compreender esse processo.

Com o uso do MUSIC, pesquisadores analisaram o cérebro de pessoas com 59 anos ou mais, algumas com Alzheimer e outras não. Descobriram que diferentes tipos de células cerebrais exibiam padrões distintos de interações entre cromatina e RNA.

Os cientistas observaram que células com menos interações de curto alcance tendiam a mostrar sinais de envelhecimento e doença de Alzheimer. Em ratos de laboratório, perceberam que havia uma proporção maior de oligodendrócitos envelhecidos no cérebro de fêmeas, o que pode levar a um declínio cognitivo mais rápido.

Os pesquisadores agora buscam aprimorar o MUSIC para identificar os fatores responsáveis pelo envelhecimento acelerado das células cerebrais e desenvolver estratégias para mitigar esse processo e possíveis tratamentos para a doença de Alzheimer.