Obesidade abdominal associada à fraqueza muscular eleva ainda mais o risco de síndrome metabólica.

Estudo revela a relação entre obesidade abdominal, fraqueza muscular e síndrome metabólica em pessoas com mais de 50 anos

Texto: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP
Um estudo realizado por pesquisadores das universidades Federal de São Carlos (UFSCar) e College London (Reino Unido) apontou que a combinação de acúmulo de gordura na região abdominal com fraqueza muscular (dinapenia) é a condição que mais aumenta o risco de desenvolver síndrome metabólica em pessoas com mais de 50 anos de idade.
Segundo o professor Tiago da Silva Alexandre, do Departamento de Gerontologia da UFSCar, os indivíduos com obesidade abdominal dinapênica apresentaram um aumento de 234% no risco de desenvolver síndrome metabólica, em comparação com aqueles que não tinham nenhuma das duas condições. A prática de exercício físico – tanto aeróbico quanto resistido – é apontada como uma maneira de prevenção da síndrome metabólica. Os resultados do estudo foram publicados no Journal of Nutrition, Health and Aging.

Mecanismos metabólicos e impacto na saúde

A síndrome metabólica, que é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, consiste em cinco condições, incluindo obesidade, elevação dos níveis de triglicérides, hiperglicemia, redução do bom colesterol (HDL) e aumento da pressão arterial. A pesquisa destaca que as disfunções no metabolismo do músculo, associadas à fraqueza muscular, explicam o impacto da condição no risco aumentado de síndrome metabólica.
Além disso, a inflamação provocada pela gordura infiltrada no músculo, juntamente com o envelhecimento e a própria obesidade, contribuem para o desencadeamento de alterações metabólicas que podem influenciar a síndrome metabólica. Estudos anteriores também demonstraram a relação entre obesidade abdominal, fraqueza muscular e risco de mortalidade por doenças cardiovasculares em pessoas com mais de 50 anos.
Os pesquisadores salientam a importância de compreender os mecanismos por trás dessas relações, destacando a necessidade de estratégias preventivas e de intervenção para garantir a saúde metabólica e cardiovascular em indivíduos nessa faixa etária.

O artigo completo pode ser acessado em: www.sciencedirect.com.