O Que São Biossimilares? Entenda Por Que Esses Medicamentos São Seguros E Eficazes Para Tratar Diversas Doenças

Recentemente, o Instituto Butantan e a farmacêutica Sandoz do Brasil deram início ao processo de transferência de tecnologia do medicamento adalimumabe, um anticorpo monoclonal recomendado para doenças inflamatórias crônicas autoimunes, como artrite reumatoide e psoríase, e do trato gastrointestinal, como doença de Crohn e colite. Em 2022, foram entregues 400 mil unidades do fármaco ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2023, já dentro da parceria para a transferência tecnológica, foram encaminhados cerca de 500 mil medicamentos.

O adalimumabe da Sandoz é um biossimilar, conhecido pelo nome comercial Hyrimoz®, que foi aprovado em 2020 no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele possui as mesmas indicações do remédio de referência, Humira®, e foi aprovado em 2018 nos Estados Unidos, pela Food and Drug Administration (FDA), e na Europa, pela European Medicines Agency (EMA). Juntas, as agências já registraram mais de 100 biossimilares.

Os biossimilares nada mais são do que fármacos semelhantes a um medicamento biológico já existente que teve a proteção intelectual (patente) expirada, permitindo que outras empresas desenvolvam um remédio equivalente. Segundo a Anvisa, responsável por conceder a autorização de uso para biossimilares no Brasil, a estratégia reduz custos e amplia a acessibilidade a tratamentos inovadores.

Os genéricos são constituídos por pequenas moléculas sintetizadas quimicamente, ou seja, são idênticos ao fármaco de referência. Já os biossimilares são compostos por moléculas geralmente maiores e mais complexas, produzidas a partir de sistemas vivos, assim como os seus biológicos de referência. Isso traz a possibilidade de variações naturais, mas não impacta significativamente na qualidade e segurança do produto devido ao criterioso processo de desenvolvimento e aprovação.

Em 2021, o Butantan e a Sandoz firmaram um acordo de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo, com o objetivo de transferir a tecnologia do adalimumabe para produção local, acelerando a distribuição no SUS. O processo de transferência tecnológica pode levar até 10 anos, iniciando pela capacitação na produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).