O plástico, prejudicial à saúde humana, contamina 70% das tainhas no litoral sul de São Paulo.

O plástico representa uma ameaça em crescimento para a saúde dos ecossistemas marinhos e dos seres humanos, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR). O estudo revelou que 70% das tainhas pescadas no litoral sul de São Paulo possuem resíduos de plástico em seus sistemas digestivos. Essa descoberta foi publicada em um artigo na revista científica “Biodiversidade Brasileira”. Os pesquisadores alertam que substâncias químicas potencialmente tóxicas presentes nos plásticos podem ser absorvidas pelo organismo humano ao consumir peixes contaminados, podendo levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e danos neurológicos.

A tainha é um peixe comum na alimentação no litoral brasileiro, e a pesquisa analisou 57 exemplares coletados no Complexo Estuarino Lagunar de Cananéia, área de conservação ambiental em São Paulo. Os pesquisadores identificaram que a pesca é uma fonte provável de contaminação dos peixes, principalmente devido à presença de microfibras de nylon, que são encontradas em 95% das amostras e são utilizadas nas cordas de pesca.

Além dos impactos ambientais, a presença de fragmentos plásticos nos peixes também representa riscos para os seres humanos, uma vez que os plásticos podem conter substâncias químicas nocivas. A autora do estudo ressalta a importância de políticas públicas que visem reduzir o consumo e o descarte inadequado de plásticos, e destaca a necessidade de ouvir as comunidades e os cientistas na elaboração dessas normas.