novo mapa do cosmos é um passo para desvendar mistério da energia escura

Uma ferramenta denominada Desi (Instrumento Espectroscópico de Energia Escura, localizada no Arizona, EUA), alcançou uma conquista inédita. Foi capaz de examinar e gerar dados para a elaboração de um mapa em 3D do Cosmos, que se tornou o maior já criado até o momento.

O mapa do universo inclui mais de seis milhões de galáxias, três vezes mais do que outros trabalhos, muitas das quais eram desconhecidas anteriormente.

Além disso, a pesquisa revelou que a expansão do universo está se acelerando e que o entendimento da energia escura é ainda menor do que se imaginava. O estudo contou com a participação de pesquisadores da Universidade de Durham e da Universidade de Portsmouth, ambas localizadas na Inglaterra. Até o momento, os resultados não foram publicados em revistas científicas, ou seja, não foram revisados por pares, porém o mapa do Cosmos foi divulgado em uma série de pré-prints de artigos.

Com os dados do Desi, os cientistas conseguiram medir padrões na distribuição de galáxias. Alguns desses padrões estão relacionados a ondas sonoras que ocorreram no início do universo, conhecidas como oscilações acústicas de bárions. Esses padrões regulares permitiram calibrar as distâncias para diferentes galáxias no mapa do Cosmos, possibilitando calcular a rapidez com que o universo tem se expandido nos últimos 11 bilhões de anos.

A precisão desses cálculos é consideravelmente alta, melhor que 1% entre os dados de 8 bilhões e 11 bilhões de anos atrás. Esta precisão é extremamente significativa no campo da pesquisa.

Os resultados confirmaram a aceleração da expansão do universo. Os especialistas compararam as novas informações do estudo com a compreensão de um carro. Da mesma forma que medir a aceleração de um carro ajuda a entender o motor, mapear a expansão do universo fornece respostas sobre o que está impulsionando a aceleração cósmica, ou seja, a energia escura. Portanto, a pesquisa também revelou que a energia escura não é tão constante como sugiram estudos anteriores.

Carlos Frenk, coautor da pesquisa, explicou que se a energia escura fosse constante ao longo do tempo, o universo se expandiria infinitamente. No entanto, com as informações do novo mapa do Cosmos, esse paradigma deve ser questionado. Isso implica em rever a compreensão da física básica, do Big Bang e das previsões de longo prazo para o universo.