Nova Proteína Anticongelante Vai Ajudar no Transplante de Órgãos

Um estudo recente realizado pela Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, descobriu uma solução inovadora para combater os riscos de danos em órgãos durante o processo de criogenia: a utilização de proteína anticongelante.

Os danos em órgãos que passam pelo processo de criogenia podem prejudicar a conservação desses órgãos, afetando milhares de pessoas que aguardam por transplantes. A dificuldade em conservar os órgãos de forma eficaz por longos períodos resulta em um grande número de órgãos descartados devido a danos causados pela formação de cristais de gelo e outros efeitos adversos.

Publicado em abril, o estudo se baseia em pesquisas anteriores sobre proteínas associadas ao gelo. A pesquisa demonstra como o uso estratégico de proteínas anticongelantes pode eliminar os danos causados pela criogenia e revolucionar as técnicas de congelação de órgãos.

Os pesquisadores utilizaram um microscópio de última geração com capacidade de resfriamento de 100 graus Celsius por segundo para comparar amostras com proteína anticongelante e sem essa proteína. Ao implantar diferentes tipos de proteínas anticongelantes, como as encontradas em peixes e larvas de besouros, os pesquisadores conseguiram atrasar a cristalização durante o processo de criogenia.

Os testes realizados mostraram que foi possível influenciar a devitrificação mesmo em temperaturas inferiores a -80 graus Celsius.

O futuro dos transplantes com uso de proteína anticongelante é promissor, segundo Bar Dolev, um dos autores do estudo. Ele ressalta que a combinação de diferentes proteínas anticongelantes promete aumentar a viabilidade de órgãos congelados, viabilizando transplantes que anteriormente seriam considerados impossíveis.

Os pesquisadores destacam o potencial impacto dessa descoberta, abrindo caminho para uma nova era na conservação de tecidos e transplantes de órgãos. Com o desenvolvimento dessa técnica, a conservação dos órgãos será prolongada, proporcionando melhorias na qualidade dos órgãos durante transporte e em procedimentos de transplante inovadores.

Essa pesquisa traz esperança em relação à disponibilidade de órgãos, períodos prolongados de conservação e, acima de tudo, à salvação de mais vidas.