As mudanças climáticas estão entre as 10 principais ameaças aos negócios em todo o mundo. No Brasil, elas ocupam a primeira posição, indicando que a crise do clima subiu rapidamente para o topo em termos de risco para o país. Isso implica em custos significativos nesse processo.
Os dados foram extraídos da pesquisa Allianz Risk Barometer 2024, comparados com os resultados do estudo do ano anterior. Especialistas de 24 setores econômicos em 92 países participaram da análise feita pela seguradora responsável. De acordo com a pesquisa, a agricultura é o setor mais impactado pelas mudanças climáticas em todo o mundo.
Um estudo realizado pelo Banco Central Europeu em parceria com a Universidade de Potsdam, na Alemanha, estimou que a crise climática pode resultar em uma inflação anual de 3,2% nos alimentos em escala global. No Brasil, esse índice deve chegar a 1,9% ao ano ao longo de uma década.
Para a indústria pesada e a mídia, as mudanças climáticas estão em segundo lugar entre os maiores riscos aos negócios. Enquanto os setores de bens de consumo, como petróleo e gás, apontaram a crise do clima como o terceiro maior risco.
O estudo da Allianz revela que os custos globais decorrentes das mudanças climáticas podem chegar a US$ 22 bilhões anuais. No entanto, o Brasil tem um risco climático triplo, conforme David Colmenares, diretor-geral da Allianz Commercial para a América Latina.
O país enfrenta custos com riscos físicos, transição para uma economia mais sustentável e responsabilidade climática, incluindo disputas legais sobre danos financeiros e reputação. No total, os gastos brasileiros com as mudanças climáticas foram estimados em US$ 2,6 bilhões ao ano.
