Impacto das mudanças climáticas no genoma de aves na Amazônia
Texto: Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
Os efeitos das mudanças climáticas naturais ao longo de milhares de anos na Amazônia estão refletidos no genoma de pássaros do gênero Willisornis. Também conhecidos como rendadinhos ou formigueiros, essas aves sofreram uma redução em sua diversidade genética ao longo do tempo, principalmente devido às transformações ambientais durante a glaciação. Um estudo brasileiro, desenvolvido desde 2016 com a colaboração de diversas instituições científicas, revelou esses resultados.
Descobertas do estudo
O estudo, liderado pelo biólogo Alexandre Aleixo do Instituto Tecnológico Vale – Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS), analisou o genoma completo de nove aves do gênero Willisornis. Os resultados, publicados na revista científica Ecology and Evolution, mostram que essas aves são indicadores naturais da qualidade ambiental na Amazônia, uma vez que habitam exclusivamente áreas de floresta úmida.
As mudanças climáticas ao longo do tempo influenciaram a expansão e retração da cobertura vegetal na Floresta Amazônica, impactando a diversidade genética das aves. Mesmo em períodos de redução populacional e menor diversidade genética, os Willisornis demonstraram uma notável capacidade de sobrevivência.
Consequências atuais e futuras
O estudo, apesar de abordar eventos passados, contribui para a compreensão dos possíveis impactos do aquecimento global, um fenômeno atual impulsionado pela atividade humana. O aumento da temperatura média global tem preocupado os cientistas, que alertam para consequências alarmantes se esse ritmo de aquecimento persistir.
Os resultados do estudo com os Willisornis podem auxiliar no planejamento de ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas em andamento. Além disso, a pesquisa pode fornecer informações valiosas para a conservação da biodiversidade na região amazônica, ajudando a identificar populações mais resilientes e a desenvolver estratégias de adaptação.
Estudos futuros estão sendo realizados para compreender melhor a resiliência das aves e de outras espécies da fauna e flora amazônicas diante das mudanças climáticas. A pesquisa original foi publicada na Agência Brasil.
