A Morgan Stanley Wealth Management está buscando alavancar a inteligência artificial generativa para ajudar seus consultores financeiros a se livrarem do trabalho de rotina.
O banco de investimento sediado em Nova York lançará o Debrief, um assistente de genAI, que apoiará seus consultores financeiros, segundo a Morgan Stanley divulgou na quarta-feira. O assistente, construído sobre o GPT-4 da OpenAI, aprofunda o uso de IA do gigante de Wall Street, já que os bancos buscam capitalizar a crescente tecnologia.
O assistente participará das reuniões dos consultores com o consentimento do cliente, disse a empresa. Em seguida, o Debrief trará à tona itens de ação, resumirá pontos-chave, redigirá e-mails e salvará notas no Salesforce.
Vince Lumia, chefe de segmentos de clientes da Morgan Stanley Wealth Management, disse em comunicado que a ferramenta “impulsiona uma eficiência imensa no dia a dia dos consultores, permitindo mais tempo para se dedicar a um engajamento significativo com seus clientes.”
Jeff McMillan, chefe de inteligência artificial da Morgan Stanley, disse à CNBC que “a qualidade e profundidade das notas” feitas pelo Debrief são “significativamente melhores” do que as feitas pelos analistas.
“A verdade é que isso faz um trabalho melhor de tomar notas do que o ser humano médio,” ele disse.
O Debrief é o próximo passo na parceria do banco com a OpenAI. Em março de 2023, a Morgan Stanley se tornou a única parceira em gestão de patrimônio da empresa de IA. Em setembro passado, o banco lançou o Assistente de AI @ Morgan Stanley, um chatbot GenAI que ajudou os consultores financeiros a acessar vasto conhecimento técnico do banco. Até agora, 98% das equipes de consultores financeiros adotaram o chatbot, disse o banco.
“À medida que alcançamos a massa crítica em nossas iniciativas de AI @ Morgan Stanley, imaginamos um mundo onde a IA sirva como uma camada de interação que melhora a eficiência e que se situa entre nossos colegas e as muitas aplicações com as quais interagem, como execução e entrada de pedidos, CRMs, ferramentas de relatório e análise de risco, para citar apenas algumas,” disse McMillan em comunicado.
A Morgan Stanley lançará o Debrief para quase 16.000 consultores financeiros nas próximas semanas.
Uso de IA em grandes bancos de Wall Street aumentou nos últimos anos, à medida que as instituições financeiras correm para implantar a tecnologia.
Mary Erdoes, chefe da unidade de gestão de patrimônio e ativos do JPMorgan Chase, disse no evento anual de investidores da empresa em maio que tem sua própria versão de um grande modelo de linguagem, chamado ChatCFO, que apoiará o trabalho da equipe financeira do JPMorgan.
O maior banco dos EUA em ativos, que tem sido um líder em adoção de IA, está treinando todos os novos contratados para usarem IA. Erdoes disse que os banqueiros do JPMorgan reduziram o tempo que passam “à procura” usando IA para buscar informações sobre investimentos potenciais e acelerar a tomada de decisões. Isso ajudou a economizar entre duas e quatro horas diárias de alguns analistas em seu trabalho “não prazeroso,” ela se referiu.
Daniel Pinto, presidente do JPMorgan, disse no mesmo evento de maio que a tecnologia será “muito, muito impactante” para os desenvolvedores do banco e para os 80.000 funcionários de operações e call-center, que compreendem quase metade do quadro de funcionários da empresa. Ele acrescentou que os casos de uso de IA no JPMorgan são avaliados em aproximadamente entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão.
O CEO do Goldman Sachs, David Solomon, também disse que há “enormes oportunidades para ganhos de produtividade e também oportunidades para eficiência,” dado a implementação de IA nas próprias práticas de negócios do banco.
