Monitoramento mostra possibilidade de prever epidemias de chikungunya através da vigilância

O vírus chikungunya, conhecido por causar epidemias massivas, pode apresentar um perfil menos intenso, conforme mostrado por um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. A circulação silenciosa do vírus na cidade do interior paulista, com poucos casos no início e aumento gradativo de infecções, destaca a importância da vigilância epidemiológica para prever epidemias. O pesquisador alerta para a necessidade de estudos genômicos e de monitoramento para antecipar uma possível epidemia. O estudo monitorou residentes de um bairro da cidade por quatro anos, identificando um aumento na proporção de casos da doença. Apesar disso, o chikungunya continua representando uma ameaça à saúde pública, exigindo estruturação da rede de saúde e preparação para epidemias. A circulação silenciosa do vírus e a subnotificação da doença são fatores que contribuem para a falta de registros de casos. Por ser uma doença subnotificada, a confusão de diagnóstico com a dengue também é um desafio. O estudo destaca a importância de uma vigilância sanitária forte para lidar com as diferentes arboviroses que circulam no país. A introdução do vírus chikungunya nas Américas em 2013 resultou em epidemias importantes na região, com mais de 900 mil casos confirmados no Brasil até 2020. A dispersão territorial do vírus causou transmissão em todos os Estados brasileiros, evidenciando a complexidade do cenário epidemiológico.