Mensagem na Garrafa – Como Foi Feita a Mensagem da Voyager para Ets

Olá a todos. Estamos contentes aqui e desejamos que vocês fiquem felizes aí. Essa é uma das mensagens presentes no compilado de vídeos e áudios que estão gravados em um Disco Dourado — uma espécie de cápsula do tempo — a bordo das sondas Voyager 1 e 2, lançadas na década de 1970. O destino dessa mensagem terráquea é alguma potencial comunidade de ETs que venham a se deparar com as sondas da NASA.

O trabalho foi desenvolvido ao longo de meses por uma equipe liderada pelo astrônomo Carl Sagan. Participaram do processo sua então esposa, Linda Salzman Sagan, o jornalista musical Tim Ferris, e uma jovem escritora chamada Annie Druyan, que era noiva de Tim na época. O Disco Dourado foi então enviado ao espaço nas sondas Voyager 1 e 2.

A expectativa do astrônomo era que outra forma de vida inteligente pudesse um dia encontrar as Voyagers, tocar o Disco e, assim, conhecer a vida humana da Terra. Para quem sabe, cogitarem um primeiro contato ou até mesmo a vinda a este planeta.

A NASA lançou as missões Voyager em 1977. A Voyager 1 tinha o objetivo de passar por Júpiter e Saturno, em um período de quatro anos. Já a Voyager 2, também sobrevoou Júpiter e Saturno, mas incluiu no percurso Urano e Netuno.

Mesmo após cerca de 47 anos do lançamento, as duas sondas ainda estão funcionando, viajando para fora do Sistema Solar. Elas apenas estão perdendo energia, mas ainda se comunicando com a NASA a uma distância de 24 bilhões de km (para a Voyager 1) e 20 bilhões de km (Voyager 2) da Terra.

Após perderem energia e pararem de funcionar, as duas sondas continuarão a vagar pelo Universo, transportando informações da Terra para outro local do espaço.

O Disco Dourado contém cerca de 900 imagens, amostras de música e áudios gravados de humanos e animais. Todo o conteúdo está disponível no site da NASA, que divide os itens em pastas de sons, imagens, músicas e saudações.

Em geral, os sons do dispositivo das sondas Voyagers retratam condições naturais, como terremotos e tempestades, além de animais, como os sapos, lobos e baleias. Outros barulhos incluem passos, fogo, ferramentas, carros, aviões e até o lançamento de foguetes.

Além disso, há ruídos mais pessoais, como o som do batimento de um coração humano e de um beijo.

E, por fim, há um ruído que nem mesmo humanos poderiam compreender sem explicação: o som dos pensamentos de Annie Druyan, gravados enquanto ela estava conectada a uma máquina de eletroencefalograma.

De acordo com Ceridwen Dovey, a produção do Disco Dourado levantou questionamentos sobre o que deveria entrar como retrato da Terra. Apenas imagens e sons positivos, ou registros de guerra e pobreza também deveriam fazer parte do material?

No entanto, isso não foi incluído, e Annie Druyan acreditava que era moralmente necessário incluir essas referências na coletânea. Em um centro médico em Nova York, ela meditou por uma hora conectada à máquina de encefalograma, incluindo seus pensamentos sobre o medo, a tristeza e o terror do que os humanos podem fazer uns aos outros neste planeta.