Maior tempestade solar dos últimos 5 anos registrada pelo Observatório Nacional

Equipes do Observatório Nacional identificaram a maior tempestade geomagnética do atual ciclo solar, que teve início em 2019. A descoberta foi feita durante uma pesquisa de campo realizada em março nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Segundo os pesquisadores, a tempestade aconteceu entre os dias 24 e 25 de março. Um conjunto de 19 aparelhos geofísicos magnetotelúricos (MT) instalados em campo entre 4 de março e 3 de abril captou a tempestade geomagnética que ocorreu no final de março.

De acordo com o Observatório Nacional, os dados registrados pelos equipamentos MT apontaram distúrbios no campo magnético de aproximadamente -200 nT, classificando a tempestade como intensa/forte. O National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) classificou a tempestade como de nível G3 (forte) em sua fase mais intensa, utilizando o índice Kp para avaliar a intensidade.

A técnica geofísica eletromagnética conhecida como método magnetotelúrico fornece informações sobre a distribuição da resistividade das rochas na subsuperfície. Ela utiliza a variação temporal do campo magnético da Terra como fonte.

A interação de grandes quantidades de partículas solares, chamadas de ejeções de massa coronal, com o campo magnético da Terra é responsável pela ocorrência de tempestades geomagnéticas. Além disso, essas tempestades podem interferir em sistemas de comunicação, rotas de satélites e causar disparos falsos em dispositivos de proteção.

Após uma década de baixa atividade, o Sol pode estar prestes a entrar em um pico de atividade, conhecido como “máximo solar”, que durará anos. Isso resultará em mais erupções solares e explosões de energia emitidas pela estrela, com potencial para afetar as redes de energia elétrica da Terra. A cada 11 anos, o Sol passa por uma fase de alta atividade, com erupções mais intensas e frequentes, o que está acontecendo atualmente.