Maior acesso a exames eleva a incidência de câncer de tireoide em regiões paulistas mais ricas

A incidência de câncer de tireoide no Estado de São Paulo varia de acordo com o nível socioeconômico dos pacientes e a acessibilidade a exames preventivos, mesmo com taxas de mortalidade semelhantes. Um estudo realizado por pesquisadores do Hospital de Amor e da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer analisou dados de 18 municípios da região de Barretos, comparando com informações da capital paulista. Foi observada uma maior incidência na cidade de São Paulo, sugerindo possíveis diagnósticos em excesso em áreas mais privilegiadas.

O câncer de tireoide é mais comum em mulheres e vem aumentando em países em desenvolvimento devido à realização frequente de exames de rotina. No Brasil, ocupa o sétimo lugar entre os tipos de câncer mais comuns. O estudo também revelou que quanto mais elevada era a classe social, maior era a incidência de cânceres dessa natureza.

As taxas de mortalidade foram baixas em ambas as regiões, levando os pesquisadores a acreditarem que o excesso de diagnósticos pode ser responsável pela diferença nas incidências. O sobrediagnóstico pode levar a tratamentos desnecessários e impactos físicos e psicológicos nos pacientes. Portanto, uma revisão nas práticas e políticas de exames de rotina e diagnóstico é sugerida para diminuir procedimentos desnecessários e seus efeitos indesejados na vida dos pacientes.