Feita de uma combinação de diferentes químicos, a Kush, também conhecida como droga K, está gerando preocupação entre as autoridades do oeste da África. A substância, que provoca uma sensação de euforia cerebral e corporal, levou Serra Leoa a declarar emergência nacional.
Um cigarro de Kush custa cerca de cinco leones, a moeda de Serra Leoa, o que equivale a menos de um centavo de real. Estima-se que duas a três pessoas possam consumir o mesmo cigarro.
Autoridades do país africano alertam para uma “alarmante taxa de mortalidade” provocada pela droga. O principal desafio no combate a essa substância é o seu baixo custo.
A Kush é um derivado da Cannabis Indica, ao contrário de outras variantes mais comuns que são derivadas da Cannabis Sativa. O perigo principal está na mistura de diversos químicos utilizada para vendê-la, o que resulta em efeitos psicotrópicos imprevisíveis e variados, podendo até mesmo conter restos de ossos humanos.
Além de Serra Leoa, o consumo da Kush também foi identificado em outras regiões da África, como Guiné e Libéria.
“A droga é mais popular entre jovens de 18 a 25 anos, que aparentemente consomem cerca de 40 cigarros por dia”, afirmou o professor de ciência forense Michael Cole, da Universidade de Anglia Ruskin, do Reino Unido. Este padrão de consumo representa um gasto significativo em drogas e evidencia o caráter viciante da substância em um país com renda anual per capita em torno de 12 mil leones, o equivalente a aproximadamente R$3 mil.
Os ingredientes da Kush têm origens diversas. Apesar de a cannabis ser cultivada em larga escala em Serra Leoa, suspeita-se que o fentanil seja proveniente de laboratórios clandestinos na China, onde a droga é produzida ilegalmente e posteriormente enviada para a África Ocidental.
Acredita-se ainda que o tramadol seja originário de laboratórios ilegais em diferentes partes da Ásia, e a formalina (formol) seja obtida de cadáveres embalsamados.