Preservar e proteger plantas nativas e endêmicas do Semiárido, inclusive aquelas que estão em perigo de extinção, tem sido o foco de um trabalho realizado pelo Instituto Nacional do Semiárido (INSA), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O Laboratório de Cultivo In Vitro (LACIP) do INSA tem desenvolvido protocolos eficientes para a propagação de plantas, utilizando técnicas biotecnológicas que visam cultivar células e tecidos vegetais ou plantas inteiras em ambientes e condições controladas. Esse método permite que as plantas cresçam em frascos fechados e livres de fungos e bactérias, em um ambiente asséptico. Os recipientes contam com um substrato nutritivo e a temperatura de crescimento é cuidadosamente controlada. Os bioinsumos desempenham um papel importante como fonte de nutrientes para as plantas in vitro, podendo substituir agentes químicos nos meios de cultura.
Segundo a bióloga responsável pelo estudo, a abordagem contribui para a viabilidade técnica e econômica da produção, reduzindo a dependência de agentes químicos e priorizando insumos acessíveis, especialmente quando são produzidos localmente.
Após o crescimento das plantas em laboratório, elas passam por uma fase de aclimatização, onde são expostas a mudanças ambientais. Este é um momento delicado, pois muitas mudas podem se perder durante essa transição. A umidade e temperatura são fatores essenciais nesse processo, sendo importante que a aclimatização seja feita de forma gradual para que as plantas se adaptem ao novo ambiente.
Com experiência no cultivo in vitro de plantas ameaçadas de extinção, a pesquisadora obteve resultados promissores ao utilizar substratos nutritivos enriquecidos com bioinsumos de origem vegetal. As espécies estudadas apresentaram aumento na taxa de germinação, crescimento mais rápido e melhor desenvolvimento das raízes.
Os próximos passos do INSA incluem o desenvolvimento de tecnologias para facilitar a criação de biofábricas de plantas nativas do Semiárido, produzindo mudas de alta qualidade e em larga escala. A bióloga ressalta que já estão avançando nesse processo, propondo um meio de cultura de baixo custo e fácil produção, e adaptando as condições ambientais para tornar a técnica mais acessível para os produtores da região.