Um drone com cerca de 1 metro (m) de diâmetro sobrevoa o dossel de uma floresta tropical. Posteriormente, ele deposita uma redoma transparente de acrílico com pernas de fibra de carbono em uma das copas, equipada com câmeras fotográficas, gravadores de som, sensores de umidade, dióxido de carbono (CO₂) e temperatura. Em seguida, o drone, com garras e uma serra, corta um pedaço de galho da árvore e o leva para os pesquisadores, que controlam o aparelho nas proximidades da mata. Além disso, são coletados dados por outros drones, utilizando radares para mapear a área através de sensoriamento remoto, enquanto um carrinho robótico percorre o chão coletando amostras.
O objetivo da equipe brasileira, composta por 80 pesquisadores, é levantar informações sobre as espécies de plantas e animais em uma porção de 100 hectares (ha) de floresta amazônica em 24 horas, analisando tudo em outras 48 horas. O vencedor da competição XPRIZE Rainforest Florestas Tropicais receberá um prêmio de US$ 5 milhões, o segundo lugar US$ 2 milhões e o terceiro US$ 500 mil. Os dados coletados serão compartilhados em bases de dados de acesso aberto GBIF e iNaturalist.
A competição teve a participação de 300 grupos de 70 países ao longo de quatro anos. A equipe brasileira identificou 209 espécies na semifinal em Singapura, entre plantas, anfíbios, invertebrados, aves e mamíferos. Para acelerar o processo de mapeamento da biodiversidade, a equipe desenvolveu drones, carrinhos-robôs e sistemas de inteligência artificial, buscando automatizar e agilizar a identificação das espécies de forma mais eficiente.
O financiamento do prêmio, no valor total de US$ 10 milhões, vem da Alana Foundation, com o intuito de promover a proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes. A competição busca encontrar soluções para a preservação das espécies em florestas tropicais, valendo-se de tecnologias inovadoras para mapear e identificar a biodiversidade de forma mais rápida e eficaz.