HOMENZINHOS VERDES CIENTISTAS QUEREM ENCONTRAR VIDA EXTRATERRESTRE ROXA

Quando se estuda a palavra “extraterrestre”, é comum pensar em um ser humanoide, magro e verde. No entanto, cientistas da Universidade de Cornell (EUA) e do Instituto Carl Sagan argumentam que seres de outros planetas podem ter uma cor diferente: roxo.

Os pesquisadores defendem que a vida fora da Terra poderia ser dominada por bactérias roxas, organismos que se desenvolvem em condições distintas das preferidas pelas plantas verdes em nosso planeta. Por muito tempo, a busca por vida alienígena foi associada a pigmentos verdes devido ao papel da clorofila na fotossíntese na Terra.

No entanto, um novo estudo sugere que é importante ampliar nossa visão ao explorar o universo em busca de sinais de vida. Bactérias roxas, que utilizam uma molécula pigmentada de cor roxa chamada retinal para a fotossíntese, podem ser fundamentais para desvendar os mistérios da vida em outros planetas.

Esses microrganismos não são apenas uma curiosidade teórica. Eles têm uma história comprovada na Terra, dominando o planeta antes das cianobactérias surgirem, há cerca de 2,4 bilhões de anos. Sua capacidade de usar luz infravermelha para a fotossíntese os torna candidatos ideais para a vida em exoplanetas que orbitam estrelas vermelhas fracas.

Ao analisar as assinaturas químicas dessas bactérias roxas, os astrônomos podem ajustar os parâmetros de busca para os telescópios da próxima geração, como o European Extremely Large Telescope (ELT) e o Habitable Worlds Observatory, da NASA. Com isso, esses instrumentos poderão identificar a “impressão digital de luz” das bactérias roxas, revelando possíveis formas de vida alienígenas.

A pesquisadora principal do estudo, Lígia Fonseca Coelho, destaca a capacidade de adaptação das bactérias roxas, observando seu potencial para sobreviver em diversas condições. Isso faz com que esses microrganismos sejam alvos importantes na busca contínua por vida além do nosso Sistema Solar.

A pesquisa não apenas expande o espectro de vida que podemos encontrar, mas também nos desafia a reconsiderar nossos preconceitos centrados na Terra.