Ha 9 mil anos, povos originarios ja sabiam de pegadas de dinossauros na Paraiba

Um estudo realizado no Brasil revelou que povos indígenas encontraram pegadas de dinossauros há cerca de nove mil anos, muito antes da chegada dos colonizadores europeus. Segundo a pesquisa, as comunidades conviviam com os dinossauros e provavelmente interpretavam os fósseis. Isso porque marcavam as pegadas dos dinossauros em pedras, que ainda estão preservadas no sítio arqueológico Serrote do Letreiro, na cidade de Sousa, Paraíba. O estudo foi publicado recentemente na revista Scientific Reports.

Sousa é uma cidade repleta de pegadas de dinossauros, com trilhas preservadas e um museu dedicado aos fósseis da região. No novo estudo, os pesquisadores descreveram um dos sítios arqueológicos da região, o Serrote do Letreiro.

O local recebeu esse nome devido à quantidade de inscrições dos povos indígenas nas rochas, conhecidas como petroglifos. Os pesquisadores observaram que esses registros das comunidades estão frequentemente próximos às pegadas de dinossauros.

As inscrições normalmente são circulares, com três divisões internas, algumas imitando as patas dos animais tridáctilos, ou seja, com três dedos marcados.

A paleontóloga Aline Ghilardi, uma das cientistas envolvidas na pesquisa, ressaltou que a descoberta revela que os fósseis também contribuem para contar a história da humanidade e sua relação com o mundo natural, além de marcar a presença de dinossauros e povos indígenas na região.

Apesar de as marcas descritas na pesquisa estarem em Sousa, petroglifos similares são encontrados em toda a região, incluindo partes do Rio Grande do Norte e Ceará. Os registros indicam que povos indígenas brasileiros habitaram essa área há cerca de nove mil anos.

“O Sítio Serrote do Letreiro nos lembra que a relação das pessoas com os fósseis vem de muito antes da ciência ocidental se instalar. Desde tempos remotos, as pessoas interagem com os fósseis e encontram significados e explicações para eles de forma própria”, afirmou Ghilardi.