Fauna e flora aquáticas serão impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul

Peixes, anfíbios e outras espécies aquáticas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul vão sofrer consequências ambientais devastadoras, semelhantes às da flora e fauna terrestres. A avaliação foi feita pelo professor Roberto Reis, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da Pontifícia Universidade Católica do estado. Durante a enchente, peixes e anfíbios são arrastados tanto para fora do leito do rio quanto para jusante. Nas áreas planas, como Porto Alegre, a fauna aquática se espalha quando os rios transbordam. Muitos animais serão presos em áreas não habituais e morrerão quando a água baixar. No entanto, a recuperação da fauna aquática não deve demorar muito, pois os animais são resilientes e se reproduzem rapidamente. Além disso, a introdução de espécies novas no ecossistema, como a piranha, é consequência das cheias. Segundo o professor, a recuperação da fauna e flora afetadas pelas enchentes dependerá do tipo de ecossistema e das condições climáticas. Em áreas mais alteradas pela ação humana, a recuperação será mais lenta, podendo levar até cem anos. O mundo está passando por mudanças climáticas que impactam a fauna e flora gastricadas, e a palavra-chave é a mudança, e não mais o equilíbrio. Enquanto nas áreas mais planas a recuperação da biodiversidade pode ser mais rápida, nas regiões montanhosas a dinâmica de recuperação será mais lenta, em busca de um novo equilíbrio em ambiente mutável.