Falha No Campo Magnético Da Terra Cresceu, Mas Não Oferece Perigos

A NASA divulgou um relatório em dezembro, informando que a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas) teve um crescimento de 7% nos últimos quatro anos. No entanto, não há motivo para preocupação, de acordo com os especialistas. Possíveis falhas no campo magnético pouco afetam pessoas ou o clima na Terra. A radiação solar que atravessa o campo magnético e atinge aparelhos eletrônicos em órbita tem uma quantidade muito pequena de partículas que chegam à superfície.

A ideia de que o vento solar na região da Amas poderia atingir voos intercontinentais até 2023 foi esclarecida por pesquisadores alemães, que encontraram baixos níveis de radiação solar em voos sobre a Amas. Essa anomalia, detectada nos anos 1950, é monitorada de perto por pesquisadores de vários países, preocupados com seus efeitos em satélites, espaçonaves e estações espaciais.

Os flashes de luz intensos e a exposição à radiação elevada relatados por astronautas que passaram pela Amas levaram a anomalia a ser apelidada de “triângulo das Bermudas do espaço”. Sinais de variação na direção do campo magnético foram encontrados em artefatos arqueológicos na África, datados do século V, indicando a presença da Amas naquela época.

A Amas tem origem incerta e é gerada na fronteira entre o núcleo externo líquido da Terra e o manto. O calor conduzido do núcleo para o manto varia entre regiões, o que resulta na expulsão de fluxo magnético na região do Atlântico Sul, dando origem à anomalia. Recentemente, um segundo núcleo da Amas foi formado sobre o oceano Atlântico, sem impactos relevantes para a Terra ou seus habitantes. A região maior, sobre a América Latina, deve desaparecer em um ciclo que se repete ao longo dos séculos.