exumação de 67 esqueletos revela indícios de massacre no Peru há 2.500 anos

Um grupo de cientistas sul-americanos analisou os esqueletos de 67 indivíduos enterrados em um cemitério no Vale de Supe, no Peru, entre 500 e 400 a.C., logo após o colapso da cultura Chavín. A exumação revelou que estranhos chegaram à comunidade e cometeram os assassinatos.

A exumação que evidenciou o possível massacre foi realizada pela Fapesp no Laboratório de Antropologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP). A equipe era composta por pesquisadores peruanos, colombianos e brasileiros.

De acordo com um artigo publicado na revista Latin American Antiquity, o bioarqueólogo Luis Pezo-Lanfranco relatou que 80% dos adultos e adolescentes estudados apresentavam lesões traumáticas, sem sinais de sobrevivência. Os ferimentos incluíam lesões no crânio, rosto e tórax.

Alguns dos restos mortais também mostraram sinais de feridas curadas, indicando que os indivíduos haviam sobrevivido a encontros violentos anteriores. A condição geral dos ossos sugere estresses físicos e doenças infecciosas devido à competição e à escassez de recursos.

Dos 67 indivíduos possíveis vítimas do massacre, 64 foram enterrados em posição fetal, um padrão comum em sepultamentos antigos. O Vale de Supe era uma região de competição por recursos e o colapso da cultura Chavín teria exacerbado a situação.

O centro cerimonial de Chavín acolhia pessoas de diferentes origens, tornando-se um local importante para difusão cultural e religiosa. O colapso da cultura Chavín foi influenciado pela competição por recursos escassos na região. Chavín de Huantar, no norte do Peru, era o principal centro cerimonial monumental desta cultura.